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A importância do conteúdo digital durante o período de parada do esporte | Por Fabio Freitas

A pandemia do COVID-19 cancelou as principais competições esportivas, muitas, ainda sem prazo para reinício. Neste cenário sem precedentes, o mundo esportivo precisa se preparar para uma nova realidade.

Durante este período de distanciamento social ficou evidenciado que independentemente do segmento de mercado, poucos estavam realmente preparados para tamanha disruptura em uma transição de certa forma abruta do ambiente físico para o digital. Fomos forçados a nos reinventar em pouquíssimo tempo.

Em algumas semanas de confinamento social contamos cada vez mais com a tecnologia para mantermos a nossa sobrevivência e sanidade mental. O trabalho a distância é realizado através de videoconferência, as interações com os amigos cada mais intensas no WhatsApp e outras ferramentas digitais. Além disso, nossas principais compras de alimentação chegam através de aplicativos de delivery.

Esta grande mudança me recorda uma grande transformação ocorrida na indústria fonográfica através da influência da tecnologia: chegada do MP3, dos gravadores de CD e da própria internet, que mudaram completamente a forma de consumirmos música.

No meu caso, que vivi a década de 80, a principal fonte de receita dos artistas vinha através da comercialização de seus produtos em formatos consagrados, como: discos e fitas-cassete. Com o passar do tempo, já nos anos 90, chegaram outros formatos, como o DVD, Mini-Disc e Blu-Ray.

Reparem, tudo isso que mencionei praticamente não existe mais e ficou obsoleto. Estamos na era das plataformas de streaming, no caso da música, a disponibililidade de diversos de assinatura: Napster, Spotify, Deezer, dentre outros.

Tá, mas, o que você quer dizer com isso? Recém completamos 30 dias que a CBF suspendeu os jogos de futebol em âmbito nacional e não há praticamente nada que mantenha o elo entre o torcedor e o seu time de coração.

A manutenção deste engajamento é fundamental, só que desta vez, não apenas para aguardarmos a bola voltar a rolar. É preciso encontrar novas soluções para geração de receitas. Não podemos esquecer que muito dos programas de sócio-torcedor oferecem vantagens ou descontos apenas para quem vai aos jogos. Neste momento, mesmo com a retomada dos campeonatos, as partidas serão realizadas sem público. Como ficarão estes programas?

Ao longo das últimas semanas nos deparamos com uma série de lives de grupos de pagode e cantores sertanejos invadindo as nossas salas. A dupla Jorge & Mateus por exemplo, realizou um show de 4 horas no início de abril e quebrou o recorde mundial de uma transmissão na internet. Prestem a atenção aos números: 3,1 milhões de acessos simultâneos e 35 milhões de visualizações em menos de 24 horas.

Passado alguns dias, foi a vez de Marília Mendonça, que contou com 3,2 milhões de pessoas conectadas. Os números absolutos ultrapassaram 45 milhões de views. Além disso, a cantora colocou 34 músicas no Top 200 do Spotify Brasil e ultrapassou a marca de 30 milhões de seguidores no Instagram.

Os clubes de Futebol possuem uma torcida gigantesca e apaixonada, com grande potencial de engajamento digital. Quando uma equipe lança um conteúdo criativo, geralmente faz parte de uma ativação mais planejada, mas, neste momento, as organizações esportivas estão sendo forçadas a se ativarem de forma criativa e em curtíssimo prazo.

Para complicar ainda mais, os patrocinadores que investiram em diversos ativos do clube estão praticamente inacessíveis ou invisíveis, ou seja, tentam obter parte do valor de seus investimentos por meio de conteúdo digital.

Neste exato momento, que tipo de diversão podemos ofertar? Como podemos substituir esta conexão única que o esporte oferece entre o fã, times e marcas?

Acredito que chegou o momento de os clubes de futebol oferecerem um conteúdo que envolva os fãs de maneira perene, que seja capaz de oferecer algo em que os patrocinadores e seus torcedores possam se agarrar.

Há alguns parágrafos, comentei sobre os shows, lembram? Então, precisamos  conduzir o live streaming ou o conteúdo sob demanda para um novo patamar. Neste canal traremos conteúdo exclusivo, participações especiais, novos lançamentos, ações, promoções, dentre outros.

A FIFA está permitindo que os fãs acessem mais de 30 partidas completas das Copas do Mundo, a Rede Globo está passando reprise de vários jogos que marcaram época. Tudo isso em busca de manter a conexão com o público!

Embora o conteúdo de nostalgia possa ajudar a manter o envolvimento no curto prazo, é improvável que mantenha o interesse dos fãs por um período maior de semanas ou meses. O potencial comercial é limitado.

A oportunidade com o streaming é gigantesca, já escrevi sobre isso em outras colunas no Brand Bola – acesse os links para complementar a sua leitura:


O OTT (OVER-THE-TOP) E A SUA UTILIZAÇÃO NO SEGMENTO ESPORTIVO:

29/08/2018 – https://bit.ly/2Vb1kDZ

O FUTURO DAS TRANSMISSÕES E A GERAÇÃO DE CONTEÚDO ATRAVÉS DO STREAMING:

27/09/2018 – https://bit.ly/3coj4kW


Ao invés de transmitir apenas uma partida antiga, você pode transmitir um jogo clássico e fazer com que um jogador atual do elenco forneça comentários, converse sobre grandes momentos e responda a perguntas que os fãs estão fazendo diretamente na seção de bate-papo. Além disso, os streams podem ser empacotados com publicidade prévia e intermediária.

Além de tudo isso, ao invés de fazer tudo em uma rede social que oferece poucos dados sobre os seus consumidores e é totalmente broadcasting, chega o momento de lançar a sua própria plataforma de streaming, ou seja, oferecer a oportunidade de comercializar assinaturas. Os dados dos consumidores são valiosos e precisam ser melhor utilizados.

Imagine toda essa interação acontecendo na sua própria plataforma e você podendo comercializar uma série de outros serviços (produtos licenciados, acesso VIP, dentre outros). É um potencial fantástico!

Chegou o momento de usarmos os dados ao nosso favor, entender o perfil de audiência e ofertar um novo formato. O uso da palavra ‘oportunidade’ nunca esteve tão evidente no sentido mais amplo da palavra.

É o consumidor no seu maior estágio de engajamento e pronto para desbravar novos caminhos.

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