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Como alavancar o sócio torcedor? | Por André Romero

Hoje em dia, dificilmente encontraremos um clube de futebol brasileiro que não tenha investido na criação de um programa de sócio torcedor. Já foi mais do que comprovado que, se gerido da maneira correta, as consequências que o programa traz são extremamente positivas. Com sua implementação, nota-se um aumento considerável na receita mensal do clube, que gera uma maior facilidade de pagamento dos custos de sua logística e pode oferecer até novas possibilidades de contratação para seu elenco.

Para ter uma ideia do potencial que esse programa tem, basta olhar alguns números. Tanto o Flamengo, quanto o Palmeiras, arrecadaram, somente com seu sócio torcedor, o total de 48 milhões de reais em 2018. No mesmo ano, Grêmio e Internacional quebraram recordes de receita com seus quadros sociais, arrecadando respectivamente 86 milhões e meio de reais e 64 milhões de reais.

Apesar de alguns clubes apresentarem ótimos resultados, muitos ainda não sabem como explorar essa ferramenta da melhor maneira. Visando isso, hoje vamos dar 5 dicas de como alavancar o programa de sócio torcedor do seu time.


1. Conhecer a sua torcida


Um dos bens mais valiosos de hoje definitivamente é a informação. É através dos dados que o setor de comunicação entende realmente com que público está lidando, e isto vai influenciar na estratégia usada de diversas maneiras, seja influenciando o tipo de veículo de mídia em que a mensagem será veiculada, até a própria linguagem usada nas campanhas publicitárias.

Um setor voltado somente para o CRM (Customer Relationship Management) ou Gestão de Relacionamento com o Cliente, é extremamente necessário para que se tenha um controle dessa base de dados, e, a partir dela, começar a elaboração do seu plano. Conhecer o seu público e analisar os seus dados muitas vezes é o primeiro passo para a criação de uma estratégia eficaz.

Além disso, os dados adquiridos após uma campanha servirão de métrica para mostrar se ela foi eficaz ou não. A tecnologia atual nos ajuda, e muito, para que esse controle de dados seja algo acessível, e, em cima deles, possam ser tiradas as devidas conclusões. Cabe a nós saber aproveitar isso da melhor maneira, para que as campanhas produzidas tenham cada vez mais eficácia.


2. Jogadores com fama internacional


A vinda de um craque em um time desperta a esperança e a paixão do torcedor. O momento de sua chegada gera toda uma expectativa, e os resultados positivos podem ir muito além das 4 linhas.

Vendas de camisa, internacionalização da marca, aumento no público dos jogos e no número de sócios são alguns dos benefícios que um jogador de renome pode trazer à equipe. Jogadores assim, geralmente, são mais caros, tanto no valor da compra, quanto na folha salarial. Porém, essa conta pode se equilibrar dependendo das consequências que sua vinda irá trazer para a parte comercial e social do clube.

Um exemplo bem recente é a vinda do meia Keisuke Honda para o Botafogo, que aproveitou a imagem do ídolo japonês. A produção de camisas personalizadas, com o nome de Honda em japonês, o número 4, e as bandeiras do Brasil, Japão e Botafogo, teve uma aceitação muito boa, fazendo com que, já na primeira semana, a venda de camisas aumentasse quatro vezes em relação ao mesmo período anterior.

Além da internacionalização da marca, devido à aproximação com a comunidade japonesa,o número de sócios disparou. Antes da negociação, o número estava estacionado nos 21 mil sócios. Agora, já são mais de 32 mil, o que foi influenciado também pelas conversas com Yaya Touré.


3. Não se limitar ao futebol


Muitos clubes brasileiros vão muito mais além do que o futebol. Não é improvável que neles possamos nos deparar com equipes de outros esportes, como remo, natação, basquete e vôlei, além de uma formação completa dos atletas dentro de suas organizações.

Saber explorar esses diferenciais através do programa de sócio pode ser bem eficaz, pois essa estratégia aumenta o alcance e a visibilidade do programa, tornando o seu público mais vasto. O programa de sócio torcedor começa a incentivar não somente fãs de futebol, mas também de outros esportes.

Quando a equipe de basquete, por exemplo, começa a se destacar, mais olhos são voltados para ela, e o engajamento dos fãs tende a aumentar. Cabe aos profissionais responsáveis pelo programa saber aproveitar esses momentos, para que os seus resultados alcancem metas cada vez mais ousadas.

Um bom exemplo disso é o “Nação Rubro Negra”, programa de sócios do Flamengo. Nele, é possível encontrar experiências como ingressos e match day para jogos de basquete, ingressos para acompanhar a Superliga Feminina de Vôlei e até experiências voltadas para o seu time de League of Legends. Com essa variedade, uma maior parte da sua torcida é atingida, tendo em vista que nem todo fã de esporte é fã de futebol.

     


4. Observar os prós e contras dos programas adversários


Estudar a concorrência sempre foi uma parte fundamental no mundo dos negócios, e com os programas de sócio torcedor isso não é diferente.

Observar os prós e contras dos adversários, não somente os locais, mas de todo o país, é um estudo que agrega muito para a evolução do programa. Estudar o erro de alguma estratégia adversária pode ser mais eficaz do que estudar um case de sucesso, pois com o erro, muitas vezes, pode-se aprender muito mais.

Os programas de sócio europeus também devem ser analisados, afinal, é lá onde se encontra a maioria dos programas com maior número de sócios. O modelo utilizado atualmente aqui foi inspirado no europeu, porém sempre vale lembrar que o público de lá é diferente, e estratégias usadas na Europa não necessariamente vão ser eficazes no Brasil.


5. Sempre tentar inovar


A importância da inovação, de uma maneira geral, é percebida como essencial para a sobrevivência num cenário cada vez mais competitivo, entretanto poucos times exercem algum tipo de iniciativa para colocá-la em prática. Para que isso ocorra, os profissionais responsáveis pela gestão, não somente do sócio torcedor, mas de toda a comunicação, devem constantemente buscar novos tipos de conhecimento, principalmente quando se trata de tecnologia e informação.

Essa dica não se limita somente para clubes de futebol. Em qualquer ramo de atuação no mercado, a inovação é algo que se destaca da concorrência, fazendo com que o público olhe com outros olhos.

O Internacional, por exemplo, foi o primeiro clube no Brasil a investir e acreditar firmemente no programa de sócio torcedor. Essa inovação fez com que o clube liderasse o ranking de sócios por muito tempo, fazendo com que a receita do seu quadro social fosse bem maior que a dos seus adversários. Mesmo não liderando nesse quesito hoje em dia, o clube ainda possui um dos programas com maior número de sócio adimplentes, o que definitivamente é uma consequência de seu pioneirismo.

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