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Lisca: um simples treinador?

Foto: Yuri Laurindo/Arena Indepa

Me deu vontade de falar um pouco sobre o caso “América & Lisca”.

Mais do que da parte do jogo, mas sim pela parte de branding, de postura, de comunicação, de posicionanento.

Foi uma das poucas vezes que vi um treinador servir de forma tão eficiente como ferramenta de marketing para um clube.

O Lisca, além das boas campanhas dentro de campo (semi-finalista da Copa do Brasil, vice da Série B, vice mineiro), conseguiu também uma conquista extra campo: aumentar o alcance da marca América Futebol Clube.

A cada viagem, a cada vez que uma camisa do Coelho era vista, vinha um comentário em seguida: “Olha o Lisca Doido!”, “Coelho do Lisca!”.

O carisma, estilo, humor e o posicionamento do treinador elevaram a relevância do Decacampeão. Era uma marca autêntica no comando do time.

Neste quase um ano e meio, ele ganhou, perdeu, empatou, brincou, foi criticado, bateu na mesa, cobrou respeito, reclamou de erros de arbitragem, demonstrou o valor do clube – posicionamento que pouquíssimos treinadores já tinham executado no América.

O cara marcou presença em quase todos os principais programas esportivos nacionais, recusou convites de clubes gigantes, gerou o impacto que um clube de quase 110 anos merece.

Infelizmente, a história terminou (ou teve uma pausa). E o choro de Lisca ao anunciar o seu pedido de demissão também reflete muito do que esta história representa.

Lisca conseguiu ser intenso, dentro e fora de campo. Conseguiu se posicionar e trazer de volta a “raiva/respeito” dos rivais pelo América.

Tudo de forma natural, espontânea e, muitas vezes, até errônea. Mas sempre verdadeira.

Lisca traz um pouco da autenticidade que tanto falta ao futebol brasileiro atualmente.

E, ao que tudo indica, se conseguir emplacar tudo de técnica que sabe dentro de campo, ainda será uma marca valiosa quando falarmos de treinadores do futebol brasileiro.

E que o futebol brasileiro tenha mais “doidos” como o Lisca – que vivem o esporte de forma inteligente, profissional, mas sem deixar de valorizar a emoção do torcedor.

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