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Camisa Popular do Fortaleza é Coisa Porreta | por Moisés de Oliveira

Nem tudo neste nosso Brasil Varonil é Jorge Jesus e suas fantásticas “invenções futebolísticas”. No país onde 95% dos amantes de futebol parece torcer pelo Flamengo… pelo menos é o que parece. Pois quando se liga a Tv os programas dedicam essa faixa de tempo ao time carioca. Enquanto isso, na “periferia do futebol” tem gente fazendo coisa boa.

O Fortaleza anunciou, na última terça-feira (29), sua mais nova linha de uniformes. Trata-se de uma coleção popular e oficial, que chega ao mercado custando inacreditáveis R$ 59,90.
Segundo o departamento de marketing do Tricolor Cearense a ação busca diminuir os prejuízos com pirataria e alcançar uma gama de torcedores, que definitivamente não tem condições de adquirir a camisa de 1° linha – que custa hoje nas lojas oficiais do clube, nada discretos R$ 225,00.

Eu amo o nordeste, meus amigos, eu amo essa gente “bacanuda” que essa terra produz. O que o Leão está fazendo é revolucionário, é solidário e também reacionário. Há muito tempo o futebol moderno vem excluindo parcelas da sociedade que sempre estiveram na cerne deste esporte.

Quem me acompanha aqui há mais tempo, já percebeu que sou um voraz defensor da “repopulação” do futebol Brasileiro. O Esporte Bretão é do povo, minha gente. Foi feito para ele, e dele emana. É fato, é lei.

O Fortaleza com essa ação “mata dois bodes com uma cuscuzada só”. Inibe a venda de camisas falsificadas, e atende a gama mais popular de sua torcida. Uma cartada genial de sua diretória de marketing.

Obviamente, quando uma pessoa compra um produto pirata, o detentor dos diretos não vê a cor do dinheiro que é empregado na operação de compra. Deixando assim de lucrar e tendo déficits consideráveis na hora de fechar as contas.

Sendo assim, é melhor produzir um produto de linha popular que vai competir em preço com os piratas e, certamente batê-lo no quesito qualidade. O clube não perderá, ou, se isso acontecer, em margens bem menores do que se perde hoje.

Outra grande sacada é credenciar ambulantes pra vender o produto. Em suma poderá causar grande impacto em confecções clandestinas que hoje fazem essa produção em massa.

Esta é uma das boas nuances de um clube de futebol ter sua marca própria. Para quem não sabe, o Fortaleza tem seus materiais esportivos fornecidos pela Leão 1918 – sua própria marca. O que, em tese, pôde ter facilitado esse movimento. Uma vez que o clube tem uma autonomia muito maior para trabalhar desde o desenvolvimento do produto ao preço que ele irá ter no mercado.

Tem tudo para dar certo: público alvo bem definido (persona), apelo social, preço e qualidade. Tudo “porreta”. Coisas que no fim das contas todos nós queremos. Salve o Leão. O futebol que é do povo dá sinais de melhora, mesmo ainda jazido entubado no CTI.

Foto destaque: Exame

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