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Acabou o dinheiro, acabou o amor, por Moisés de Oliveira

Um longo relacionamento parece ter chegado mesmo ao seu ponto derradeiro. Os fortes laços que uniam o atacante Diego Tardelli e a torcida do Atlético-MG foram severamente quebrados na última terça-feira (12), quando o jogador foi anunciado como novo reforço do Grêmio.

Tardelli chegou ao Galo em Janeiro de 2009, vindo do Flamengo, e desembarcou em Belo Horizonte sob forte desconfiança da torcida atleticana, pois sua temporada anterior no Flamengo não havia sido boa, e trazia consigo também – uma larga fama de gostar da noite.

Com um golzinho aqui, outro acolá, ele foi ganhando a confiança e a devoção da torcida, o que o elevou rapidamente à condição de ídolo –, e um dos principais goleadores da equipe de Minas na década. Isso sem falar de sua participação naquele elenco que foi campeão da Copa Libertadores da América, em 2013, entrando definitivamente para história do clube.

Ahhh… mas o futebol imita a vida! Ou é a vida que imita o futebol? Enfim… deixemos tais questões reflexivas de lado, e vamos ao que interessa. Este esporte é lindo não acham? Tenho pra mim, que aquilo que o futebol une – ninguém separa, e vice-versa. Por que não?

O futebol apresentado em campo, que encheu os olhos da Torcida do Atlético-MG, uniu Tardelli e torcedor, os fez uma só carne, aparentemente juntos para sempre, na saúde ou na doença, na escassez de gols ou na bonança deles – na riqueza ou na pobr… Não, calma. Pobreza não!

Mais uma vez: a vida imita o futebol, ou o futebol imita a vida. Assim como outros milhares de relacionamentos perdidos, onde bastou o dinheiro faltar e o amor se desvaneceu, o caso de Diego Tardelli é mais um. E não será um último.

Claro, sejamos justos. Todo profissional tem o direito de querer o melhor para sua carreira, em todos os setores. E, é óbvio que o jogador não tinha obrigação de acertar o seu retorno ao Atlético-MG. Mas sabe o que pegou mal? A sua autopromoção nas redes sociais, dizendo que era atleticano, interagindo com os torcedores, se declarando ao clube. Por várias vezes disse em entrevistas que se voltasse ao Brasil jogaria no time mineiro.

Mas até onde a fama de “mercenário” pode atrapalhar a imagem de um profissional?
Em 2015, logo após sua segunda saída do Galo, rumo à China, a renomada revista francesa France Football, o elegeu como maior mercenário do mundo futebolístico; título nada lisonjeiro – se assim o pode dizer. A matéria ainda cita suas passagens pela Rússia e pelo Catar como meras excursões financeiras.

Ser um bom jogador está diretamente ligado àquilo que os jogadores fazem dentro de campo, gols, passes, títulos. Mas ser ídolo envolve coisas de ordem abstrata: palavra, atitude, ética e respeito. O futebol endinheirado segue fabricando ídolos convencionais.

Por Moisés de Oliveira.

Foto: Torcedores.com

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