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Fazem demais por não terem nada a fazer | Por Moisés Oliveira

O campeão da Copa Sul-Americana deste ano foi conhecido na última quarta-feira (12), com a vitória do Athletico-PR nas penalidades sobre o Junior Barranquilla. Mas não se assuste com a grafia usada para citar o nome do Atlético-PR, que, agora é “Athletico”.

Nada causou mais alvoroço no meio do marketing esportivo na última semana, do que as mudanças anunciadas pelo clube em seu uniforme e, em seu nome.  O antes Clube Atlético Paranaense; agora passa a se chamar Club Athletico Paranaense.

Os mais ligados à numerologia poderiam dizer que o acréscimo da letra “H” no nome do clube seria uma cartada para mudar o mapa astral da equipe, (risos), principalmente após o título conquistado –, mas não. Segundo Mário Celso Petraglia, o “Athletico” escrito com a nova grafia remete-se à fundação do clube, batizado como Club Athletico Paranense.

Até aí tudo certo – mas como no futebol brasileiro, por vezes fazem demais por não terem nada a fazer, o conselho deliberativo do clube paranaense também aprovou a mudança do escudo e do uniforme tradicional da equipe – em que as listras vermelhas e pretas na vertical dão lugar a quatro listras transversais na cor preta. Fato que acontece também com o novo emblema, onde a ressalva é para a alternância das cores das listras, entre o vermelho e o preto.

Imagem: instagram do CAP

Como já dito em colunas anteriores: o marketing que é feito por um clube de futebol é relativamente diferente do que é feito por uma empresa convencional. Empresas já consolidadas no mercado, às vezes passam meses – ou em algumas situações anos,  para terem coragem de mudar sua identidade visual.

Mas antes que você me pergunte por que as empresas têm tanto receio da mudança, sendo que é preciso sempre mudar, ainda mais em um universo tão concorrido e predatório como o mercado comercial – irei explicar.

Nós, como consumidores, temos uma forte tendência em sermos fieis às marcas que nos assemelhamos. Seja de um simples refrigerante à uma marca automobilística. E, dentro deste contexto, o cérebro já está familiarizado com as cores, com as linhas e até com o nome. Quando ocorre uma mudança muito brusca de identidade – é como se nosso cérebro fosse obrigado refazer todo o caminho percorrido até a aceitação total do produto. Em linhas claras: é como se o produto oferecido ou a marca fossem novos, causando assim desconfiança.

Imaginem se a Coca-Cola mudasse seu nome, ou a Nike? Você pode não ser um apreciador de refrigerantes ou de esportes, mas se eu te perguntasse duas marcas destes distintos segmentos, entre as melhores… tenho certeza que se lembraria dessas. E mais ainda: das cores, da grafia e do disign.

Estes elementos também estão presentes em um clube de futebol, você reconhece seu time principalmente por seus símbolos, por suas cores e pela alcunha –, e é isso lhe traz a relação de intimidade. Isso é semiótica; é olhar e já saber de quem é – do quê se trata.

Me desculpem os “athleticanos”. É assim mesmo que devo me referir? Se a mudança será boa e agregadora para a marca Athletico Paranense, é como dizem por aí: só o tempo dirá. Mas cá pra nós: Um pouquinho de bom gosto não faz mal a ninguém. Não acham?

 

Imagem destaque: hathletico.com.br

 

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