Quando os clubes europeus nos conhecem melhor que nós mesmos
Se você já leu algum artigo de minha autoria, sabe o quanto bato na tecla de que os clubes devem conhecer os seus torcedores, mais especificamente, identificar seus desejos e necessidades para oferecer um produto de maior valor agregado.
Este artigo é motivado por ações de três clubes europeus junto ao público brasileiro, que visam oferecer um serviço personalizado, conhecer bem o público e expandir a marca em um território que respira futebol.
O Manchester United anunciou ao público brasileiro uma promoção de assinatura do Deezer, plataforma de streaming musical, e concorrer a viagens para conhecer o clube inglês. Já o seu rival, Man. City, promoverá um evento em São Paulo no dia 16/12 para reunir torcedores e assistirem ao clássico contra o Tottenham. E o PSG, que há um bom tempo fez a maior contratação da história do futebol e desponta como uma forte equipe no cenário mundial, está realizando pesquisas junto aos brasileiros para conhecer os diversos perfis e oferecer futuramente um plano de associação através de conteúdos exclusivos e desconto em produtos do clube francês.
Dizer que um clube europeu conhece melhor o público do Brasil do que os próprios clubes brasileiros não é nenhuma ironia. Ao fazer essa observação é acesa uma luz vermelha de alerta àqueles que tem bom senso e veem o futebol como um grande gerador de lucros. Já nas altas cúpulas das agremiações pouco importa o que deseja o torcedor, e posso provar isso.
Em uma pesquisa encomendada pela Ambev com parceria da empresa de consultoria Ernst & Young, foram colhidos uma série de dados sobre a gestão de grandes clubes brasileiros. Várias constatações foram feitas (acesse o link completo), mas destaco os seguintes pontos:
– nenhum clube faz pesquisa interna de satisfação com os funcionários;
– 57% não realizam pesquisas para orientar as ações do departamento de marketing;
– 93% dos clubes não possuem dados demográficos sobre os torcedores.
Ficou de cabelo em pé? Pois é, e não é pra menos, afinal em pleno ano de 2017 os clubes ainda beiram o amadorismo na gestão e no marketing. Àqueles que desejam ingressar no mercado futebolístico brasileiro, não se trata apenas de entrar e trabalhar: trata-se de drenar um pântano assombroso até alcançar a profissionalização. E, aí sim, começamos a trabalhar pra valer.
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(Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)
2 Comentários
JOSE ALFEU CORDEIRO JUNIOR CORDEIRO JUNIOR
Verdade triste.
walmir
bom dia!
Caros colegas, sou cruzeirense e moro no interior(Governador Valadares), a falta de cuidado com os seus torcedores, faz com que cada vez mais, os novos amantes do futebol,escolham equipes estrangeiras, pois os mesmos sao no nosso pais como se fossem uma ilha, totalmente indiferente a começar pela atitude dos atletas, que passam a seguinte mensagem somos profissionais e somente isto….
assim fica dificil converser aos novos amantes do futebol a escolher times brasileiros.
abraços walmir