PREMIER LEAGUE COMPLETA 25 ANOS. EXEMPLO BOM A SER SEGUIDO, PRINCIPALMENTE NO BRASIL, por WILTON FELIZARDO
Nesta semana a Premier League, campeonato inglês, completou 25 anos de formação e vem mostrando a cada temporada que a mudança no início na década de 90 valeu a pena.
A competição foi criada em 1992 após decisão dos clubes da Football League First Division romperem com a Football League, originalmente fundada em 1888, com o objetivo de aumentar a receita com os direitos de transmissão.
Com a criação da Premier League, os clubes passaram a controlar os direitos de transmissão e as arrecadações. O sistema funciona da seguinte forma: 50% da arrecadação é dividida entre os 20 clubes da elite igualmente, o restante é dividido entre a quantidade de partidas transmitidas de cada clube e o desempenho na temporada.
Segundo dados da própria Premier League, foram distribuídos para os clubes na temporada 2016/2017 cerca de 2,395 bilhões de libras (R$ 9,970 bilhões).
Mas no título deste texto eu mencionei a seguinte frase, ” Exemplo bom a ser seguido, principalmente no Brasil”. Mas por qual motivo?
No nosso campeonato, a distribuição de cotas de TV ainda é uma grande dor de cabeça para os clubes. Flamengo e Corinthians são os principais clubes do país, e claro passam a receber mais. Mas a diferença entre os dois clubes e os demais, também considerados importantes no país, é muito grande.
O último contrato para o triênio vigente, que se encerra no final de 2018, a distribuição de cotas de TV no Brasil está desta forma: Flamengo e Corinthians são os clubes que mais ganharão por ano, R$ 170 milhões, seguidos por São Paulo (R$ 110 milhões), Palmeiras e Vasco (R$ 100 milhões) e Santos (R$ 80 milhões).
Na quarta prateleira onde estão os mineiros (Cruzeiro e Atlético) e gaúchos (Grêmio e Internacional), além de Fluminense e Botafogo, os valores para cada um são de R$ 60 milhões. Cerca de R$ 35 milhões para a quinta prateleira composta por Coritiba, Atlético Paranaense, Vitória, Sport Recife e Bahia.
Já clubes como Ponte Preta, Chapecoense, América Mineiro, entre outros considerados menores, e que sobem e descem de divisão, recebem cerca de R$ 20 milhões anuais cada, isso quando estão na Série A.
O canal Esporte Interativo, da empresa Turner, já apresentou a proposta nos mesmos moldes do campeonato inglês, mas os principais clubes até o momento não se manifestaram.
O valor apresentado pela empresa foi de R$ 600 milhões de reais, mas somente 15 clubes já fecharam acordo, e foram eles: Atlético-PR, Coritiba, Internacional, Santos, Bahia, Santa Cruz, Figueirense, Ponte Preta, Ceará, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Paraná e Fortaleza. O contrato tem validade entre os anos 2019 e 2024.
Uma das vantagens para o torcedor é que o Esporte Interativo também quer que os jogos sejam realizados mais cedo e não mais às 21h45, como são atualmente.
Este horário mais tarde dificulta a vida do torcedor, que tem que ir ao estádio, e acordar cedo no outro dia.
Com isso, a Globo acabou revendo a situação de cotas e parece ter se sentido ameaçada, executando uma nova proposta para o triênio entre 2019 e 2021, mas com 40% do valor dividido entre os clubes, e não 50%, podendo chegar ao total de mais de R$ 1 bilhão de reais.
Muita coisa ainda virá por aí, o torcedor quer mudança, os clubes das “prateleiras” de baixo querem e precisam ganhar um pouco mais para tentarem competir por igual e também sobreviverem.
Mas uma coisa é certa: a Premier League já mostrou que a mudança deixou o campeonato muito mais competitivo e cabe aos responsáveis pelo futebol brasileiro perceberem isso, e pensar num todo, e não somente no próprio bolso.
Fonte: esporteinterativo.com.br ; globoesporte.com ; premierleague.com