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A importância das mascotes, por Diego Carneiro

A origem da palavra Mascote vem do Francês mascotte, do título da ópera La Mascotte, do compositor Achille Edmond Audran. Na trama, uma jovem camponesa é sinônimo de sorte, servindo-a como um amuleto para seus familiares. Ao passar dos anos, a utilização de uma mascote tem sido a representação de um talismã, algo que dá sorte, sendo usado em produtos, empresas, clubes esportivos e unidades militares.

A utilização de mascote ganhou força no início do século XX, quando o mundo passava por uma transformação industrial. As grandes empresas precisavam de um chamariz, de um apelo para conquistar o consumidor a qualquer custo. As produções em larga escala e o foco na venda eram os novos pilares empresariais e, assim, as mascotes tornaram-se um meio comercial.

Seguindo a tendência empresarial, os clubes futebolísticos apostaram na adoção de mascotes, buscando atrair os jovens torcedores, passaram a realizar campanhas publicitárias, venda de produtos e trouxeram uma forma descontraída para os jogos. Em virtude disso, os departamentos de marketing dos clubes vêm a cada dia aprimorando essa nobre ferramenta de publicidade. As mascotes podem ser representadas por animais, pessoas ou figuras folclóricas, a mais utilizada no futebol brasileiro é o Leão, representação da força e reinado.

Imagem: fmf.net

Escolher uma mascote é um processo cultural, regional e atemporal. Com o passar dos anos, pode sofrer algumas alterações ou modificações. Tomemos como exemplo a Sociedade Esportiva Palmeiras, quando, em 1917, adotou o periquito como mascote oficial. Porém, em 2016, a diretoria oficializou o porco como a mascote da torcida, sendo utilizado a mais de 30 anos pelos torcedores do clube – sua origem veio da forma pejorativa que os rivais tratavam o time, gritavam “porco” para os palmeirense e jogavam o animal no gramado para desestabilizar os jogadores e a torcida.

O Campeonato Mundial FIFA de Seleções (Copa do Mundo), é a maior competição do cenário futebolístico, além de ser o evento esportivo mais assistido no planeta. Sua primeira edição foi em 1930, no Uruguai, um espetáculo dessa magnitude e com um potencial imenso de venda e publicidade não poderia deixar de fora a utilização de uma mascote. Então, na Copa do Mundo de 1966, realizada no Reino Unido, foi criada a primeira mascote das Copas, na figura de um leão, símbolo típico do País-sede, objetivando conquistar o público infantil e potencial consumidores.

No ano de 2014, evento realizado em nosso País, a mascote da Copa foi o Tatu-Bola, representava a espécie ameaçada de extinção, símbolo da caatinga, recebeu o nome de Fuleco, cujo significado surgiu das palavras Futebol e Ecologia, a escolha da mascote ocorreu através da votação na internet, fato que culminou com a produção de mais de 700 mil exemplares do Tatu-Bola em pelúcia, dentre outros produtos, conforme a Associação Brasileira de Supermercados.

Imagem: blogs.oglobo.globo.com

Nos esportes americanos, as mascotes são bem exploradas, os times realizam várias campanhas, ações sociais, visitam escolas e, além de vender produtos, as mascotes animam os intervalos dos jogos e interagem com a torcida durante as partidas, criando uma identidade entre os torcedores e o clube representado. A NBA, liga de basquete americano, com 30 times, todo ano premia a melhor mascote entre as equipes. Em 2017 o vencedor foi “Stuff”, do Orlando Magic, que possui até conta no instagram, o @stuffmagic.

Já no Brasil, temos o exemplo de Belo Horizonte. A capital mineira possui três principais times de futebol: América Futebol Clube que, desde 1943, tem o Coelho como mascote, criação do cartunista Fernando Pieruccetti, mentor também das mascotes do Atlético Mineiro e do Cruzeiro.

Imagem: moonbh.com.br

Mangabeira justificou sua escolha no coelho pela esperteza do animal, antes de 1943, era o Pato Donald que ocupava esse posto. Já o Atlético Mineiro possui o Galo como representante pois o cartunista justificou sua opção pela valentia e bravura que o time jogava, fazendo analogia ao “galo de briga”. E temos também a mascote celeste, representada pela Raposa, homenagem ao ex-Presidente do clube, senhor Mário Grosso, considerado astuto, o dirigente tinha fama de antecipar as contratações pretendidas pelos rivais. Porém, resta uma dúvida: no atual cenário quem vence essa batalha do Reino Animal?

Na visão empresarial, as mascotes podem render bons lucros04 se forem utilizadas da forma certa, seja com a venda de produtos licenciados, seja com as campanhas publicitárias e os eventos. Por isso, podemos encontrar nas lojas oficiais, bonés, camisas e pelúcias, alguns clubes até a carregam em seu uniforme de jogo. Assim, deve existir um cuidado maior na arte e criação de uma mascote, ela tem que possuir no seu DNA um carisma, representar as cores do clube e seus torcedores, ser fruto da história e compor o patrimônio da entidade como símbolo.

Imagem: youtube.com

A mascote é uma boa forma de agregar valor à marca e pode ter uma gama de utilidades, deve ser considerada o pilar do entretenimento. A sua função no clube vem evoluindo, já que deixou de ser uma singela figurinha de um álbum dos anos 80 e passou a influenciar as campanhas atuais para sócios torcedores, promoção da partida e apresentação de jogadores, por isso, da venda ao entretenimento, seu uso deve ser explorado. Portanto, os clubes precisam trabalhar na modernização das suas mascotes, criar aplicativos com o tema, redes sociais e novos produtos, conquistando adeptos e deixando legados.

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