{"id":6284,"date":"2020-07-20T18:46:50","date_gmt":"2020-07-20T21:46:50","guid":{"rendered":"http:\/\/brandbola.com\/?p=6284"},"modified":"2020-07-20T18:46:56","modified_gmt":"2020-07-20T21:46:56","slug":"a-importancia-do-posicionamento-de-marcas-e-ligas-esportivas-no-combate-contra-o-racismo-por-andre-romero","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/brandbola.com\/2020\/07\/20\/a-importancia-do-posicionamento-de-marcas-e-ligas-esportivas-no-combate-contra-o-racismo-por-andre-romero\/","title":{"rendered":"A import\u00e2ncia do posicionamento de marcas e ligas esportivas no combate contra o racismo | Por Andr\u00e9 Romero"},"content":{"rendered":"\n

Pautas envolvendo a diversidade na sociedade v\u00eam ganhando destaque nos \u00faltimos anos, onde as discuss\u00f5es envolvendo a valoriza\u00e7\u00e3o de minorias ou de grupos historicamente desvalorizados, e suas respectivas inser\u00e7\u00f5es nos mercados de trabalho, ganham cada vez mais espa\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n

Recentemente, o assassinato brutal de George Floyd por um policial em Minneapolis nos Estados Unidos e a sua repercuss\u00e3o na m\u00eddia, foram respons\u00e1veis por um grande movimento social contra o racismo, que, apesar do n\u00facleo ter sido nos Estados Unidos, p\u00f4de ser observado em diversas partes do mundo.<\/p>\n\n\n\n

Isso fez com que muitas pessoas refletissem sobre o tema, que n\u00e3o tem tanto espa\u00e7o em algumas realidades. Analisando a pr\u00f3pria estrutura da sociedade, podemos perceber que apesar da evolu\u00e7\u00e3o estar de fato ocorrendo, diversos mercados podem melhorar sua postura em rela\u00e7\u00e3o a isso.<\/p>\n\n\n\n

Um desses mercados \u00e9 o esportivo.<\/p>\n\n\n\n

Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observat\u00f3rio da Discrimina\u00e7\u00e3o Racial no Futebol, em entrevista ao blog do Rodrigo Capelo (Globoesporte), ressalta a falta de diversidade no mercado esportivo. Segundo ele, cabe a n\u00f3s refletir sobre a atual conjuntura do mercado e tamb\u00e9m promover essa diversidade, para que a inser\u00e7\u00e3o de profissionais negros seja mais presente. Isso representaria n\u00e3o s\u00f3 uma evolu\u00e7\u00e3o \u00e9tica, mas tamb\u00e9m uma pr\u00f3pria evolu\u00e7\u00e3o no mercado, pois a car\u00eancia da inser\u00e7\u00e3o de profissionais com esse perfil pode levar a um gap de comunica\u00e7\u00e3o entre os clube e suas torcidas.<\/p>\n\n\n\n

O esporte \u00e9 um \u00f3timo meio de entretenimento, por\u00e9m ele \u00e9 muito mais que isso. Manifesta\u00e7\u00f5es ideol\u00f3gicas est\u00e3o presentes nele, e n\u00e3o \u00e9 de hoje. Um dos casos mais emblem\u00e1ticos ocorreu h\u00e1 51 anos atr\u00e1s no dia 16 de outubro de 1968, onde no p\u00f3dio os norte-americanos Tommie Smith e John Carlos n\u00e3o olharam a bandeira em respeito \u00e0 na\u00e7\u00e3o, mas baixaram a cabe\u00e7a e ergueram o punho, com luvas pretas, remetendo a sauda\u00e7\u00e3o dos Panteras Negras.<\/p>\n\n\n\n

Um caso mais recente foi o do antigo quarterback do San Francisco 49ers Colin Kaepernick. Em um jogo de pr\u00e9-temporada da NFL em 2016, Kaepernick abaixou-se durante o hino nacional, recusando-se a cant\u00e1-lo. Ele tamb\u00e9m usou meias que tinham imagens de policiais caracterizados como porcos durante os jogos. “N\u00e3o vou me levantar e mostrar orgulho pela bandeira de um pa\u00eds que oprime o povo negro e as pessoas de cor”, disse ele ap\u00f3s o jogo de 2016.<\/p>\n\n\n\n

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Fonte: Michael Zagaris\/San Francisco 49ers\/Getty Images<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

Outros atletas foram engajados na causa pela atitude de Kaepernick, por\u00e9m a rea\u00e7\u00e3o da NFL e do pr\u00f3prio 49ers n\u00e3o foi positiva. A liga, sobretudo na figura dos donos de outras franquias, minou Kaepernick e lhe fechou portas. O atleta teve o contrato rescindido com sua antiga equipe e nunca mais se recolocou na NFL.<\/p>\n\n\n\n

Aqui no Brasil, atletas como Jean Pyerre do Gr\u00eamio e Igor Juli\u00e3o do Fluminense se posicionaram em rela\u00e7\u00e3o ao racismo e a viol\u00eancia atrav\u00e9s de suas m\u00eddias sociais, mas a realidade brasileira \u00e9 que ainda podemos evoluir nesse aspecto.<\/p>\n\n\n\n

Comparando com o cen\u00e1rio internacional, parece que ainda estamos alguns passos atr\u00e1s, apesar de estarmos no caminho certo. Na retomada do futebol da MLS, principal liga de futebol dos Estados Unidos, um expressivo manifesto ocorreu antes do pontap\u00e9 inicial do jogo entre Orlando City e Inter Miami.<\/p>\n\n\n\n

Mais de 100 jogadores negros da Major League Soccer entraram em campo, no complexo esportivo da Disney, em Orlando, vestidos com camisas que clamavam por justi\u00e7a social, al\u00e9m de luvas e m\u00e1scaras pretas. Estendidos nas linhas de campo, os jogadores ficaram de punhos erguidos, enquanto os que iriam disputar a partida ficaram de joelhos no c\u00edrculo central do meio campo durante o protesto que durou cerca de 5 minutos.<\/p>\n\n\n\n

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Standing in solidarity with @BPCMLS<\/a>. \u270a?\u270a?\u270a?#BlackLivesMatter<\/a> | #MLSisBlack<\/a> pic.twitter.com\/MCooMu9aER<\/a><\/p>— Major League Soccer (@MLS) July 9, 2020<\/a><\/blockquote>