{"id":6179,"date":"2020-06-30T21:46:49","date_gmt":"2020-07-01T00:46:49","guid":{"rendered":"http:\/\/brandbola.com\/?p=6179"},"modified":"2020-06-30T21:49:12","modified_gmt":"2020-07-01T00:49:12","slug":"as-repercussoes-da-mp-984-20-e-os-direitos-de-transmissao-das-partidas-por-fabio-freitas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/brandbola.com\/2020\/06\/30\/as-repercussoes-da-mp-984-20-e-os-direitos-de-transmissao-das-partidas-por-fabio-freitas\/","title":{"rendered":"As repercuss\u00f5es da MP 984\/20 e os direitos de transmiss\u00e3o das partidas| Por Fabio Freitas"},"content":{"rendered":"\n

A grande novidade dos \u00faltimos dias, mais especificamente no dia 18\/06\/2020, foi a edi\u00e7\u00e3o Medida Provis\u00f3ria 984\/20 pelo Poder Executivo. Embora o texto promova outras altera\u00e7\u00f5es na Lei Pel\u00e9, o ponto que gerou um grande alvoro\u00e7o entre os especialistas e entidades esportivas \u00e9 o ponto que estabelece que os direitos de transmiss\u00e3o das partidas esportivas pertencem ao clube mandante do jogo. <\/p>\n\n\n\n

Independente do m\u00e9rito, uma mudan\u00e7a dessa magnitude n\u00e3o deveria ser promovida atrav\u00e9s de uma Medida Provis\u00f3ria, afinal de contas, existem diversas partes interessadas. A \u00fanica forma de exaurir o tema \u00e9 atrav\u00e9s do amplo debate com os demais agentes do esporte. Al\u00e9m disso, estamos no meio de uma pandemia grav\u00edssima e a utiliza\u00e7\u00e3o de medidas provis\u00f3rias deveriam seguir o rito estabelecido na constitui\u00e7\u00e3o, ou seja, apresentar car\u00e1ter de relev\u00e2ncia e urg\u00eancia, o que n\u00e3o parece o caso, salvo a permiss\u00e3o para a redu\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho do atleta por um per\u00edodo de um m\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

Independentemente dos fatores pol\u00edticos, na minha opini\u00e3o, o tema precisa ser abordado com o devido cuidado. Mesmo em seu car\u00e1ter provis\u00f3rio, o \u00fanico ponto positivo da MP 984\/20 foi reascender debates que mais cedo ou mais tarde deveriam retornar para a pauta, no entanto, desde a sua publica\u00e7\u00e3o, j\u00e1 surgiram mais de 90 propostas de emendas, algumas, absurdas, que demonstram completa falta de conex\u00e3o com as necessidades dos clubes.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 muitos anos o nosso futebol respira por aparelhos, clubes endividados, desunidos e cada um buscando de maneira independente os seus interesses. Ao contr\u00e1rio de outros pa\u00edses, n\u00e3o temos uma liga, muito menos uma negocia\u00e7\u00e3o coletiva dos direitos de transmiss\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

No final da d\u00e9cada de 80, a Copa Uni\u00e3o de 1987 representou um marco na comercializa\u00e7\u00e3o dos direitos de transmiss\u00e3o dos clubes brasileiros<\/strong>. Naquele momento, tivemos o embri\u00e3o do que seria o desenvolvimento de uma liga brasileira e possivelmente a independ\u00eancia financeira dos clubes. Na \u00e9poca, os principais clubes brasileiros se uniram e negociaram de maneira conjunta os seus direitos de transmiss\u00e3o, al\u00e9m de serem respons\u00e1veis pela organiza\u00e7\u00e3o do campeonato brasileiro. Para quem n\u00e3o conhece a hist\u00f3ria, o Clube dos 13 representou a uni\u00e3o oficial dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

Infelizmente, com o passar dos anos, o que poderia representar um importante pilar para a liberdade financeira das agremia\u00e7\u00f5es foi perdendo a sua for\u00e7a e ess\u00eancia. Os clubes, cada vez mais desunidos e pensando somente em seus pr\u00f3prios interesses tornaram o ambiente de conv\u00edvio insustent\u00e1vel. Em 2011, ainda sem a constitui\u00e7\u00e3o de uma liga profisssional e sem o mesmo vi\u00e9s inovador do outrora, ocorreu uma grande debandada do movimento. Quase que em sequ\u00eancia, diversos clubes se desfiliaram e anunciaram que negociariam os seus direitos de transmiss\u00e3o individualmente, sem a media\u00e7\u00e3o do Clube dos 13.<\/p>\n\n\n\n

A d\u00e9cada passada tamb\u00e9m ficou marcada como um per\u00edodo onde o futebol brasileiro ficou mais rico e mais desigual. Em 2011 houve um crescimento de faturamento 27% superior em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior, no entanto, este aumento estava associado \u00e0 renegocia\u00e7\u00e3o dos contratos de direito de transmiss\u00e3o de TV, que, para muitos clubes, at\u00e9 hoje \u00e9 considerado uma de suas principais fontes de receita.<\/p>\n\n\n\n

\"\"
Distribui\u00e7\u00e3o das Receitas de Transmiss\u00e3o na \u00faltima d\u00e9cada<\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n\n

O per\u00edodo de 2011 at\u00e9 2018 manteve um padr\u00e3o de negocia\u00e7\u00e3o. Os clubes mais populares levavam vantagem e assinavam contratos de longa dura\u00e7\u00e3o, independentemente de sua perman\u00eancia na primeira divis\u00e3o. Por outro lado, clubes de menor porte, principalmente os afastados dos grandes centros, formalizavam um acordo de apenas 1 ano, o que inviabilizava um planejamento de longo prazo e sua consequente manuten\u00e7\u00e3o na S\u00e9rie A.<\/p>\n\n\n\n

Em 2019, o Brasil importou o modelo de distribui\u00e7\u00e3o das receitas da Premier League (Liga de Futebol da Inglaterra). Embora as negocia\u00e7\u00f5es ainda tenham acontecido de maneira individual, sem a constitui\u00e7\u00e3o de uma liga, a distribui\u00e7\u00e3o dos valores apresentou novos crit\u00e9rios de distribui\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

Rede Globo<\/strong>: <\/p>\n\n\n\n

  • 40% s\u00e3o divididos igualmente entre todos os clubes<\/li>
  • 30% s\u00e3o divididos conforme n\u00famero de jogos transmitidos<\/li>
  • 30% s\u00e3o divididos de acordo com coloca\u00e7\u00e3o na tabela<\/li><\/ul>\n\n\n\n

    Turner<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n

    • 50% s\u00e3o divididos igualmente entre todos os clubes<\/li>
    • 25% s\u00e3o divididos conforme a audi\u00eancia dos jogos<\/li>
    • 25% s\u00e3o divididos de acordo com coloca\u00e7\u00e3o na tabela<\/li><\/ul>\n\n\n\n

      As transmiss\u00f5es das partidas do Campeonato Brasileiro da S\u00e9rie A tiveram uma importante mudan\u00e7a em 2019. O SporTV, que anteriormente era o \u00fanico detentor dos direitos televisivos contou com a concorr\u00eancia do Esporte Interativo na exibi\u00e7\u00e3o das partidas na TV fechada. Na TV aberta e no pay per view<\/em>, os direitos de transmiss\u00e3o permaneceram exclusivos com Globo e Premiere FC.<\/p>\n\n\n\n

      A aus\u00eancia de uma liga fortalecida e um formato de negocia\u00e7\u00e3o coletivo est\u00e3o na contram\u00e3o dos principais mercados mundiais. Os clubes brasileiros precisam entender que eles n\u00e3o jogam sozinhos e a uni\u00e3o faz a for\u00e7a. Se j\u00e1 parece inimagin\u00e1vel resolvermos a parte dom\u00e9stica dos nossos problemas, o que falar da constru\u00e7\u00e3o de um produto para comercializa\u00e7\u00e3o internacional?<\/p>\n\n\n\n

      O melhor cen\u00e1rio, na minha opini\u00e3o \u00e9 a negocia\u00e7\u00e3o coletiva, mas, a desorganiza\u00e7\u00e3o ainda impera. No contrato vigente para os pr\u00f3ximos anos temos o seguinte cen\u00e1rio:<\/p>\n\n\n\n

      Turner (TV fechada) <\/strong><\/p>\n\n\n\n

      • Bahia, Sampaio Corr\u00eaa, Athletico-PR, Coritiba, Joinville, Crici\u00fama, Palmeiras e Guarani; <\/li><\/ul>\n\n\n\n

        Globo (TV aberta e PPV) e Turner (TV fechada)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

        • Cear\u00e1, Fortaleza, Paysandu, Santa Cruz, Paran\u00e1, Internacional (com Turner at\u00e9 2021, depois com Globo em todas as m\u00eddias), Santos e Ponte Preta.<\/strong><\/li><\/ul>\n\n\n\n

          Globo (TV aberta, TV fechada e PPV) <\/strong><\/p>\n\n\n\n

          • CRB, CSA, Vit\u00f3ria, Atl\u00e9tico-GO, Goi\u00e1s, Vila Nova, Atl\u00e9tico-MG, Cruzeiro, Am\u00e9rica-MG, Boa Esporte, Sport, N\u00e1utico, Londrina, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Gr\u00eamio, Brasil-RS, Ava\u00ed, Chapecoense, Figueirense, Corinthians, S\u00e3o Paulo, S\u00e3o Bento e Oeste<\/li><\/ul>\n\n\n\n

            \u00c9 importante destacar que embora a Medida Provis\u00f3ria 984\/20 permita a negocia\u00e7\u00e3o individual, ela n\u00e3o \u00e9 obrigat\u00f3ria. Os clubes podem se organizar em liga ou em blocos para negociar esses direitos. N\u00e3o podemos e nem devemos culpar a televis\u00e3o pela desigualdade no futebol. <\/p>\n\n\n\n

            O reequil\u00edbrio do futebol brasileiro passa por quest\u00f5es mais amplas e at\u00e9 mesmo estruturais, como por exemplo: entrada de investidores, clube empresa, revis\u00e3o do calend\u00e1rio. Precisamos pensar melhor no produto que est\u00e1 sendo comercializado. <\/p>\n\n\n\n

            \u00c9 importante destacar que o futebol espanhol ficou muito desequilibrado quando as negocia\u00e7\u00f5es eram individuais. Esse cen\u00e1rio mudou quando houve interven\u00e7\u00e3o em 2015 e a centraliza\u00e7\u00e3o dos direitos na LaLiga. Como exemplo, em estudo desenvolvido pela KPMG foi apresentado um mapa das principais ligas mundiais, suas receitas, canais de distribui\u00e7\u00e3o e detentores de direitos. \u00c9 vis\u00edvel que o conceito de negociar em conjunto aumenta a fatia do bolo para todos. <\/p>\n\n\n\n

            \"\"
            Estudo KPMG 2019\/2020<\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n\n

            Independente do momento, \u00e9 pertinente que o debate seja ampliado, sou a favor de algumas disposi\u00e7\u00f5es trazidas pela MP 984\/20, como por exemplo, a redu\u00e7\u00e3o do prazo de contrato de trabalho desportivo, que \u00e9 uma medida emergencial. Al\u00e9m disso, a altera\u00e7\u00e3o nos direitos de transmiss\u00e3o para o mandante da partida abre novas oportunidades para a chegada de novas plataformas, al\u00e9m de uma maior concorr\u00eancia. <\/p>\n\n\n\n

            Vamos aproveitar o momento para iniciar um debate com qualidade e n\u00e3o delegar as decis\u00f5es para a pol\u00edtica! <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

            A grande novidade dos \u00faltimos dias, mais especificamente no dia 18\/06\/2020, foi a edi\u00e7\u00e3o Medida Provis\u00f3ria 984\/20 pelo Poder Executivo. Embora o texto promova outras altera\u00e7\u00f5es na Lei Pel\u00e9, o ponto que gerou um grande alvoro\u00e7o entre os especialistas e entidades esportivas \u00e9 o ponto que estabelece que os direitos de transmiss\u00e3o das partidas esportivas pertencem ao clube mandante do jogo.  Independente do m\u00e9rito, uma mudan\u00e7a dessa magnitude n\u00e3o deveria ser promovida atrav\u00e9s de uma Medida Provis\u00f3ria, afinal de contas, existem diversas partes interessadas. A \u00fanica forma de exaurir o tema \u00e9 atrav\u00e9s do amplo debate com os demais agentes do esporte. Al\u00e9m disso, estamos no meio de uma pandemia grav\u00edssima e a utiliza\u00e7\u00e3o de medidas provis\u00f3rias deveriam seguir o rito estabelecido na constitui\u00e7\u00e3o, ou seja, apresentar car\u00e1ter de relev\u00e2ncia e urg\u00eancia, o que n\u00e3o parece o caso, salvo a permiss\u00e3o para a redu\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho do atleta por um per\u00edodo de um m\u00eas. Independentemente dos fatores pol\u00edticos, na minha opini\u00e3o, o tema precisa ser abordado com o devido cuidado. Mesmo em seu car\u00e1ter provis\u00f3rio, o \u00fanico ponto positivo da MP 984\/20 foi reascender debates que mais cedo ou mais tarde deveriam retornar para a pauta, no entanto, desde a sua publica\u00e7\u00e3o, j\u00e1 surgiram mais de 90 propostas de emendas, algumas, absurdas, que demonstram completa falta de conex\u00e3o com as necessidades dos clubes. H\u00e1 muitos anos o nosso futebol respira por aparelhos, clubes endividados, desunidos e cada um buscando de maneira independente os seus interesses. Ao contr\u00e1rio de outros pa\u00edses, n\u00e3o temos uma liga, muito menos uma negocia\u00e7\u00e3o coletiva dos direitos de transmiss\u00e3o. No final da d\u00e9cada de 80, a Copa Uni\u00e3o de 1987 representou um marco na comercializa\u00e7\u00e3o dos direitos de transmiss\u00e3o dos clubes brasileiros. Naquele momento, tivemos o embri\u00e3o do que seria o desenvolvimento de uma liga brasileira e possivelmente a independ\u00eancia financeira dos clubes. Na \u00e9poca, os principais clubes brasileiros se uniram e negociaram de maneira conjunta os seus direitos de transmiss\u00e3o, al\u00e9m de serem respons\u00e1veis pela organiza\u00e7\u00e3o do campeonato brasileiro. Para quem n\u00e3o conhece a hist\u00f3ria, o Clube dos 13 representou a uni\u00e3o oficial dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro. Infelizmente, com o passar dos anos, o que poderia representar um importante pilar para a liberdade financeira das agremia\u00e7\u00f5es foi perdendo a sua for\u00e7a e ess\u00eancia. Os clubes, cada vez mais desunidos e pensando somente em seus pr\u00f3prios interesses tornaram o ambiente de conv\u00edvio insustent\u00e1vel. Em 2011, ainda sem a constitui\u00e7\u00e3o de uma liga profisssional e sem o mesmo vi\u00e9s inovador do outrora, ocorreu uma grande debandada do movimento. Quase que em sequ\u00eancia, diversos clubes se desfiliaram e anunciaram que negociariam os seus direitos de transmiss\u00e3o individualmente, sem a media\u00e7\u00e3o do Clube dos 13. A d\u00e9cada passada tamb\u00e9m ficou marcada como um per\u00edodo onde o futebol brasileiro ficou mais rico e mais desigual. Em 2011 houve um crescimento de faturamento 27% superior em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior, no entanto, este aumento estava associado \u00e0 renegocia\u00e7\u00e3o dos contratos de direito de transmiss\u00e3o de TV, que, para muitos clubes, at\u00e9 hoje \u00e9 considerado uma de suas principais fontes de receita. O per\u00edodo de 2011 at\u00e9 2018 manteve um padr\u00e3o de negocia\u00e7\u00e3o. Os clubes mais populares levavam vantagem e assinavam contratos de longa dura\u00e7\u00e3o, independentemente de sua perman\u00eancia na primeira divis\u00e3o. Por outro lado, clubes de menor porte, principalmente os afastados dos grandes centros, formalizavam um acordo de apenas 1 ano, o que inviabilizava um planejamento de longo prazo e sua consequente manuten\u00e7\u00e3o na S\u00e9rie A. Em 2019, o Brasil importou o modelo de distribui\u00e7\u00e3o das receitas da Premier League (Liga de Futebol da Inglaterra). Embora as negocia\u00e7\u00f5es ainda tenham acontecido de maneira individual, sem a constitui\u00e7\u00e3o de uma liga, a distribui\u00e7\u00e3o dos valores apresentou novos crit\u00e9rios de distribui\u00e7\u00e3o.  Rede Globo:  40% s\u00e3o divididos igualmente entre todos os clubes 30% s\u00e3o divididos conforme n\u00famero de jogos transmitidos 30% s\u00e3o divididos de acordo com coloca\u00e7\u00e3o na tabela Turner: 50% s\u00e3o divididos igualmente entre todos os clubes 25% s\u00e3o divididos conforme a audi\u00eancia dos jogos 25% s\u00e3o divididos de acordo com coloca\u00e7\u00e3o na tabela As transmiss\u00f5es das partidas do Campeonato Brasileiro da S\u00e9rie A tiveram uma importante mudan\u00e7a em 2019. O SporTV, que anteriormente era o \u00fanico detentor dos direitos televisivos contou com a concorr\u00eancia do Esporte Interativo na exibi\u00e7\u00e3o das partidas na TV fechada. Na TV aberta e no pay per view, os direitos de transmiss\u00e3o permaneceram exclusivos com Globo e Premiere FC. A aus\u00eancia de uma liga fortalecida e um formato de negocia\u00e7\u00e3o coletivo est\u00e3o na contram\u00e3o dos principais mercados mundiais. Os clubes brasileiros precisam entender que eles n\u00e3o jogam sozinhos e a uni\u00e3o faz a for\u00e7a. Se j\u00e1 parece inimagin\u00e1vel resolvermos a parte dom\u00e9stica dos nossos problemas, o que falar da constru\u00e7\u00e3o de um produto para comercializa\u00e7\u00e3o internacional? O melhor cen\u00e1rio, na minha opini\u00e3o \u00e9 a negocia\u00e7\u00e3o coletiva, mas, a desorganiza\u00e7\u00e3o ainda impera. No contrato vigente para os pr\u00f3ximos anos temos o seguinte cen\u00e1rio: Turner (TV fechada)  Bahia, Sampaio Corr\u00eaa, Athletico-PR, Coritiba, Joinville, Crici\u00fama, Palmeiras e Guarani;  Globo (TV aberta e PPV) e Turner (TV fechada) Cear\u00e1, Fortaleza, Paysandu, Santa Cruz, Paran\u00e1, Internacional (com Turner at\u00e9 2021, depois com Globo em todas as m\u00eddias), Santos e Ponte Preta. Globo (TV aberta, TV fechada e PPV)  CRB, CSA, Vit\u00f3ria, Atl\u00e9tico-GO, Goi\u00e1s, Vila Nova, Atl\u00e9tico-MG, Cruzeiro, Am\u00e9rica-MG, Boa Esporte, Sport, N\u00e1utico, Londrina, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Gr\u00eamio, Brasil-RS, Ava\u00ed, Chapecoense, Figueirense, Corinthians, S\u00e3o Paulo, S\u00e3o Bento e Oeste \u00c9 importante destacar que embora a Medida Provis\u00f3ria 984\/20 permita a negocia\u00e7\u00e3o individual, ela n\u00e3o \u00e9 obrigat\u00f3ria. Os clubes podem se organizar em liga ou em blocos para negociar esses direitos. N\u00e3o podemos e nem devemos culpar a televis\u00e3o pela desigualdade no futebol.  O reequil\u00edbrio do futebol brasileiro passa por quest\u00f5es mais amplas e at\u00e9 mesmo estruturais, como por exemplo: entrada de investidores, clube empresa, revis\u00e3o do calend\u00e1rio. Precisamos pensar melhor no produto que est\u00e1 sendo comercializado.  \u00c9 importante destacar que o futebol espanhol ficou muito desequilibrado quando as negocia\u00e7\u00f5es eram individuais. Esse cen\u00e1rio mudou quando houve interven\u00e7\u00e3o em 2015 e a centraliza\u00e7\u00e3o dos direitos na LaLiga. Como exemplo, em estudo desenvolvido pela KPMG foi apresentado um mapa das principais ligas mundiais, suas receitas, canais de distribui\u00e7\u00e3o e detentores de direitos. \u00c9 vis\u00edvel que o conceito de negociar em conjunto aumenta a fatia do bolo para todos. Independente do momento, \u00e9 pertinente que o debate seja ampliado, sou a favor de algumas disposi\u00e7\u00f5es trazidas pela MP 984\/20, como por exemplo, a redu\u00e7\u00e3o do prazo de contrato de trabalho desportivo, que \u00e9 uma medida emergencial. Al\u00e9m disso, a altera\u00e7\u00e3o nos direitos de transmiss\u00e3o para o mandante da partida abre novas oportunidades para a chegada de novas plataformas, al\u00e9m de uma maior concorr\u00eancia. Vamos aproveitar o momento para iniciar um debate com qualidade e n\u00e3o delegar as decis\u00f5es para a pol\u00edtica! <\/p>\n","protected":false},"author":0,"featured_media":6186,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1266],"tags":[57,85,98],"jetpack-related-posts":[{"id":6216,"url":"https:\/\/brandbola.com\/2020\/07\/04\/como-as-mudancas-nos-direitos-de-transmissao-de-partidas-podem-ser-exploradas-pelos-clubes-por-andre-romero\/","url_meta":{"origin":6179,"position":0},"title":"Como as mudan\u00e7as nos direitos de transmiss\u00e3o de partidas podem ser exploradas pelos clubes | Por Andr\u00e9 Romero","date":"julho 4, 2020","format":false,"excerpt":"Com a MP 984\/20 os clubes ganharam o direto de transmitir seus pr\u00f3prios jogos caso sejam mandantes. 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