{"id":2277,"date":"2017-11-07T10:13:57","date_gmt":"2017-11-07T12:13:57","guid":{"rendered":"http:\/\/brandbola.com\/?p=2277"},"modified":"2020-01-24T17:57:37","modified_gmt":"2020-01-24T19:57:37","slug":"a-evolucao-da-bola-de-futebol-por-diego-carneiro","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/brandbola.com\/2017\/11\/07\/a-evolucao-da-bola-de-futebol-por-diego-carneiro\/","title":{"rendered":"A evolu\u00e7\u00e3o da bola de futebol, por Diego Carneiro"},"content":{"rendered":"
O futebol \u00e9 um dos desportos mais praticados no mundo. Aqui no Brasil recebeu o t\u00edtulo de esporte n\u00famero 1. Segundo o Atlas do Esporte, o futebol \u00e9 praticado por mais de 30 milh\u00f5es de brasileiros, e tudo isso com aquela amiga insepar\u00e1vel: a bola.<\/em><\/p>\n <\/p>\n Em 1894, Charles\u00a0Miller desembarcou no Brasil vindo\u00a0da Inglaterra, trazendo em sua bagagem a primeira bola de futebol e as regras jogo. O primeiro jogo registrado em solo nacional foi em 1895, entre os funcion\u00e1rios da COMPANHIA DE G\u00c1S X CIA. FERROVI\u00c1RIA S\u00c3O PAULO\u00a0RAILWAY. O time de Charles Miller, S\u00e3o Paulo Railway, venceu a Companhia de G\u00e1s por 4 x 2, jogo realizado na V\u00e1rzea do Carmo em S\u00e3o Paulo.<\/p>\n No dia 10 de abril de 1921, o Ilustre escritor alagoano Graciliano Ramos (1892 \u2013 1953), criador da obra \u201cVida Secas\u201d, livro que vendeu 10 milh\u00f5es de c\u00f3pias e foi traduzido para 3 idiomas, escreveu em sua coluna:<\/p>\n \u201cPensa-se\u00a0em introduzir o futebol, nesta terra. \u00c9 uma lembran\u00e7a que, certamente, ser\u00e1 bem recebida pelo p\u00fablico, que, de ordin\u00e1rio, adora as novidades. Vai ser, por algum tempo, a mania, a maluqueira, a ideia fixa de muita gente. Com exce\u00e7\u00e3o talvez de um ou outro t\u00edsico, completamente impossibilitado de aplicar o mais insignificante pontap\u00e9 a uma bola de borracha, vai haver por a\u00ed uma excita\u00e7\u00e3o, um furor dos dem\u00f4nios, um entusiasmo de fogo de palha capaz de durar bem um m\u00eas.\u201d <\/p>\n Na 1\u00aa Copa do Mundo, realizada no Uruguai em 1930, a bola era do modelo\u00a0Tiento<\/em>, sem fabricante oficial, ela era pesada, feita de couro e possu\u00eda uma abertura por onde entrava a c\u00e2mara de ar, essa\u00a0abertura\u00a0era depois costurada com cadar\u00e7o que ficava exposto. Quando molhada, o couro absorvia a \u00e1gua e a pelota ficava muito pesada. Por falta de acordo entre o Uruguai e Argentina na final, o primeiro tempo foi usada uma bola\u00a0argentina\u00a0e o segundo, uma uruguaia.<\/p>\n Na Copa do Mundo de 1958, realizada na Su\u00e9cia, evento em que o Brasil consagrou-se campe\u00e3o, as bolas perderam a costura grossa, por\u00e9m, ainda eram feitas de couro e em dias chuvosos encharcavam, dificultando a vida dos atletas, principalmente dos goleiros. A bola utilizada era da\u00a0fornecedora Top\u00a0Star<\/em>, produzida na Su\u00e9cia, e possu\u00eda 24 gomos.<\/p>\n Em 1970, no ano em que o Brasil se tornou tricampe\u00e3o, as bolas ainda eram feitas de couro, mas com um diferencial: eram impermeabilizadas e passaram a ser fabricadas com mais gomos, ganhando mais estabilidade.\u00a0A marca Adidas\u00a0foi a fabricante da bola oficial da Copa do Mundo de 1970, e batizou a pelota de\u00a0Telstar,<\/em> que teve essa nomenclatura devido \u00e0 sua semelhan\u00e7a com o sat\u00e9lite hom\u00f4nimo, respons\u00e1vel pela transmiss\u00e3o dos jogos de futebol.\u00a0 Ela tamb\u00e9m possu\u00eda as cores preta e branca com intuito de melhorar a visibilidade para o telespectador.<\/p>\n Nos anos 80, os materiais sint\u00e9ticos come\u00e7aram a ser usados na fabrica\u00e7\u00e3o das bolas, melhorando o desempenho, resist\u00eancia e leveza. Como exemplo temos o modelo Tango<\/em> usada na Copa de 1982, fabricada\u00a0pela Adidas, foi a \u00faltima bola em couro das Copas.<\/p>\n Na Copa de 94, no ano em que o Brasil se tornou tetracampe\u00e3o, \u00e0 bola foi desenvolvida com diversas camadas de material sint\u00e9tico que potencializa os chutes e apresentava alta resist\u00eancia, gra\u00e7as \u00e0 presen\u00e7a de pol\u00edmeros. Fabricada\u00a0pela Adidas, a bola foi chamada de \u00a0Questra<\/em>, o nome deriva de uma antiga express\u00e3o inglesa que significa\u00a0the\u00a0quest\u00a0for\u00a0the\u00a0stars<\/em>\u00a0(\u201ca busca para as estrelas\u201d).<\/p>\n No novo mil\u00eanio, mais pol\u00edmeros fizeram parte da composi\u00e7\u00e3o da bola. Revestimento de poliuretano e, na c\u00e2mara, foi usada a borracha but\u00edlica. O Kevlar tamb\u00e9m foi usado, al\u00e9m da liga\u00e7\u00e3o t\u00e9rmica em vez de costuras.<\/p>\n
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\nCom o diagn\u00f3stico equivocado de Graciliano Ramos, o futebol vingou e deu muito certo na “Terra Tupiniquim”. E um dos instrumentos primordiais para a sua pr\u00e1tica \u00e9 a bola. A pelota que Charles\u00a0Miller\u00a0trouxe ao Brasil era feita de couro curtido com uma costura grossa ao centro. Shoot<\/em>,\u00a0Fussball\u00a0<\/em>e\u00a0Dupont\u00a0<\/em>eram as marcas das primeiras bolas no Brasil.<\/p>\n