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A CIRANDA SEM FIM DO CRUZEIRO | POR MOISÉS ELIAS

O cruzeiro caminha para a disputa de sua terceira série B seguida. Após a derrota do último domingo frente ao CSA, o clube mineiro viu suas chances de acesso ficarem ainda mais difíceis.

Passar tanto tempo assim, em uma divisão de acesso do futebol é catastrófico para qualquer clube do tamanho da marca Cruzeiro. É como uma empresa que sempre foi acostumada a operar dentro de um orçamento e, de repente, se vê obrigada a se virar com uma arrecadação dez vezes menor.

Desde as denúncias de irregularidades na gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá feitas pelo Fantástico, o clube enfrenta uma verdadeira guerra para sanar seus compromissos e recuperar a credibilidade junto ao mercado.

E quando se fala em credibilidade, falamos da força que um time de futebol tem em buscar bons patrocínios e fechar boas parcerias, valendo-se de sua    representatividade no mercado.

Em matéria publicada em setembro de 2020, pelo site Super Esportes do jornal Estado de Minas, o clube teve uma acentuada desvalorização de sua marca, batendo na casa dos 36,9%, se comparado a 2019, o último ano em que disputou a primeira divisão.

E importante trazermos à discussão que o conceito de desvalorização de marca, é algo que está muito diretamente ligado ao valor intangível que uma empresa carrega consigo.

Este tal valor intangível é tudo aquilo que não é físico, que não pode ser mensurado de forma material. Ou seja: está muito mais ligado à lembrança e a percepção das pessoas. É aquilo que vem à cabeça quando você se lembra da marca.

O aparecimento constante nos últimos tempos nas páginas policiais, calotes e denúncias de corrupção, corroboraram para essa depreciação. Qual imagem vem à sua cabeça imediatamente, quando você lembra ou escuta sobre o Cruzeiro? Tenho certeza de que a de um clube organizado, bom pagador e vitorioso hoje, fica em segundo plano. E é isso que os anunciantes pensam também.

E este, é um dos círculos viciosos que vive o Clube Celeste. Não consegue sair da Segunda Divisão, que contribui ferrenhamente para esse processo de estrangulação de seu valor de mercado, e, em contrapartida, também não consegue os bons patrocínios de outrora que traziam robustez aos caixas.

O que o coloca nessa vexatória posição que, nunca, sequer, qualquer torcedor ousou pensar em ver o Cruzeiro.

“Brasileiro tem memória curta”. É o que diz o ditado quando ser quer dizer que logo esqueceremos algo ruim que algum político tenha feito, uma personalidade ou uma empresa. Neste aspecto o ditado também se aplica às coisas boas feitas também.

Resumidamente: para esse contexto do qual falamos, passado bom ou ruim de nada valem. O que interessa para quem está injetando dinheiro, é o presente glorioso. E sair dessa ciranda, talvez seja o maior desafio administrativo do Cruzeiro nesse momento.

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