Menos é mais | Por Victor Vieira

Menos é mais não é só o nome de um bom grupo de pagode. Podemos usar essa frase para muitas coisas, inclusive para o futebol e o design esportivo. Essa “técnica” também está sendo utilizada pelas equipes esportivas juntamente com as fornecedoras de materiais esportivos para a criação de seus uniformes.

Depois de anos onde quanto mais informações, detalhes e cores que se tinha no design do uniforme era melhor podemos perceber que com o passar do tempo boa parte das equipes de futebol tem adotado em seu enxoval peças mais sóbrias, pouquíssimos detalhes (ou até sem nenhum deles) e seguindo a tradição da história do clube e de suas camisas. Alguns exemplos disso podemos perceber com o uniforme titular do Tottenham (Inglaterra) 2021/22, uniforme 2 do Internacional (Brasil) 2021/22, titular do River Plate (Argentina) 2021/22, entre outras peças.

Ao mesmo tempo que os clubes precisam inovar para crescerem cada vez mais, seja em gestão, marketing e/ou tecnologia, eles precisam ter a consciência do “saudosismo” de seus torcedores em relação à história do clube. Para uma grande parte das torcidas, mexer demais nas cores, escudos e principalmente no uniforme é uma “afronta” à história do clube, o que pode causar ruídos desnecessários entre o clube-torcedor.

Temos alguns casos onde um trabalho de marketing bem elaborado pode originar algumas mudanças drásticas (ou inovadoras) bem interessantes. Na minha opinião o conceito utilizado pelo Corinthians para suas peças em 2021/22, intitulada “Os Donos da Rua” casa perfeitamente com os detalhes em suas camisas. A segunda camisa lançada recentemente possui detalhes em spray branco no lugar das faixas/linhas de mesma cor para homenagear as artes de rua da cidade de São Paulo. Eu particularmente gostei muito da camisa!

Vira e mexe surgem camisas extravagantes e/ou diferentes demais das tradições do clube. Normalmente esses modelos dificilmente caem no gosto de sua torcida e dos amantes do futebol, como foi o caso da camisa “meio a meio” da Juventus (Itália) em 2019/20 e da camisa de gosto bastante duvidoso do Barcelona (Espanha) de 2021/22 que provavelmente será lançada em poucas semanas.

Eu penso que inovar sempre é necessário e bem-vindo. entretanto deve-se sempre saber dosar nessas inovações para não causar estranheza e ruídos entre o clube, sua gestão e seus torcedores, que são seus principais clientes e consumidores. Uma coisa é fato, nada é mais importante para um torcedor do que o escudo, as cores e uniforme do seu time do coração e realizar mudanças nesses patrimônios sem motivo algum pode ser um tiro no pé.