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Como a Amazon pode salvar o futebol brasileiro | Por Ricardo Fort

Houve um tempo onde o principal produto de exportação do Brasil era o futebol. Uma época distante onde a seleção brasileira, clubes como o Flamengo e jogadores como Zico eram internacionalmente conhecidos e respeitados. Verdadeiros ícones do esporte mundial. Infelizmente, isto não é mais verdade.

Para a minha geração, a seleção brasileira continua sendo a mais famosa do mundo, apesar de não ganhar o único título que realmente interessa há 17 anos. Mas para todos os nascidos depois de 1995, Itália, Espanha, Alemanha e França são as verdadeiras referências.

No cenário global do futebol, nossos clubes são invisíveis. Mesmo o Palmeiras, o atual campeão nacional, um clube com excelentes contratos de patrocínios, o melhor estádio do Brasil e boa administração, é um desconhecido dos torcedores internacionais.

Se de um lado, somos vítimas do incrível sucesso comercial das ligas europeias, por outro sofremos graças ao amadorismo administrativo de muitos pequenos dirigentes.

Nossos jogadores continuam sendo uma referência nas mais importantes ligas internacionais. Mas são referências de Manchester, Barcelona e Paris e não do Brasil. Transferindo-se para o exterior cada vez mais novos, muitos alcançam o estrelato sem nunca terem jogado por aqui.

Para mudar este cenário, precisamos de investimentos, boa administração e bons marqueteiros. Jeff Bezos, o dono da Amazon e uma das pessoas mais ricas do mundo, pode ser nossa salvação. Jeff, se você estiver lendo o Meio & Mensagem, esta é a minha sugestão: compre todos os times da Série A do Campeonato Brasileiro, incluindo seus jogadores e estádios.

Segundo a consultoria BDO, o valor dos 20 clubes em 2018, era de R$ 9,8 bilhões, aproximadamente US$ 2,5 bilhões.

Para garantir controle total do futebol, invista mais US$ 2,5 bilhões para contratar administradores profissionais, cancelar todos os contratos de patrocínios, bares dos estádios e canais de televisão.

Para um conteúdo com tanto potencial como o nosso futebol, este investimento é ridículo. Só em 2018, estima-se que a Amazon investirá US$ 6 bilhões para desenvolver programação exclusiva para seu canal Prime. O que são US$ 5 bilhões para ser dono do futebol nacional para sempre?

Jeff, este é o plano: a partir de agora, todos os clubes jogarão com a marca da Amazon nos seus uniformes. E não haverá nenhuma outra, além do fornecedor de materiais esportivos. Nada nas mangas, nada no short, nada escrito dentro do número ou na cueca. Nada. As placas de campo também promoverão apenas os produtos da Amazon.

Os torcedores assinantes do serviço Prime, terão preferência e descontos nas compras dos ingressos para os jogos. Quanto mais comprarem na Amazon, maiores os descontos. Nada mais de pagar para ser sócio torcedor.

Os que forem para os estádios, poderão pedir comida do Whole Foods dos seus assentos por meio do aplicativo da Amazon. A comida, de qualidade e com grande variedade, será entregue rapidamente sem a necessidade de esperar nas filas.

Para os que preferirem assistir aos jogos de casa, a transmissão será gratuita para os assinantes do Prime. Todos os jogos serão transmitidos, sem a necessidade de pagar o pay-per-view.

Com administração profissional e salários em dia, esperamos que os melhores jogadores fiquem por mais tempo no Brasil. Isso melhorará a qualidade do espetáculo e o retorno do seu investimento, Jeff.

Nós, torcedores dos 20 clubes, somos um público cativo de 142 milhões de pessoas, de acordo com dados do Ibope-Repucom em 2018. Prometemos que a maioria de nós fará uma assinatura Prime no dia seguinte pagando os R$ 14,90 por mês.

Hoje, a Amazon tem pouco mais de cem milhões de clientes Prime no mundo. Imagine dobrar este mundo gastando tão pouco!

A bola está com você, Jeff.

 

Ricardo Fort é Engenheiro Civil de formação, com MBA em Administração, tem passagens por Unilever, Kellog Company, Danone e Visa. Atualmente, é VP Global de Patrocínios e Eventos da Coca-Cola.

Artigo publicado em 29 de abril de 2019, no MEIO & MENSAGEM

5 Comentários

  • Evandro Oliveira

    Sério que “a bola tá com o Jeff…”
    Eu até ia para de ler quando vi a seguinte afirmação: “… Houve um tempo onde o principal produto de exportação do Brasil era o futebol.” fazendo referência a Zico. Sério?
    A única frase Louvável não é nenhuma novidade. “… graças ao amadorismo administrativo de muitos pequenos dirigentes.” Retirei o “sofremos” pois EU não sofro por conta da incompetência nem dos dirigentes do meu clube.
    A ideia de deixar a bola com o Jeff é interessante, só que nem o Jeff e nem o autor da coluna de opinião, conhecem o futebol brasileiro e seus dirigentes… muitos destes times serão “vendidos” pelos seus conselhos para investidores de futebol… e o Jeff vai pagar isto SEM SER DONO de nada de time de futebol… vai vendo …

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