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Equilíbrio nas contas e em campo precisam andar juntos | Por Moisés de Oliveira

Nas últimas semanas Belo Horizonte viveu o calor dos clássicos disputados entre Cruzeiro e Atlético, em confrontos válidos pelas quartas de finais da Copa do Brasil. Foram dois jogos eletrizantes, que, como de costume mexeram com os torcedores e com as ruas da cidade.

Muito além da peleja desportiva, o jogo entre os mineiros foi uma disputa entre ideologias administrativas; e vou explicá-los por que. As atuais diretorias de Galo e Raposa assumiram os clubes quase que na mesma época. Sérgio Sette Câmara foi empossado em 11 de dezembro de 2017 por parte do Atlético e Wagner Pires de Sá, no primeiro dia de janeiro de 2018, pelo lado do Cruzeiro.

Mais de um ano e sete meses após sentarem às cadeiras de presidente, os mandatários antagonizam ações no comando dos clubes mais importantes de Minas Gerais. Sette Câmara assumiu o Galo com um discurso de austeridade fiscal, para sanear as contas do clube, cortando gastos, mas sem afetar a qualidade técnica do time em campo.

Logo no início de 2018, Robinho e Fred, na época – as principais estrelas do time, não chegaram a um acordo de renovação, e foram embora, juntamente com outros jogadores. Para reposição o Atlético apostou em atletas de menor cartaz e trouxe também o veteraníssimo Ricardo Oliveira, com 38 anos na época.

O Fato a ser considerado é que nestes 19 meses que Sette Câmara está á frente do Atlético-MG, o clube vem colecionado insucessos dentro de campo. São duas eliminações em Copas do Brasil, duas finais de Campeonato Mineiro perdidas para o maior rival. Uma eliminação vexatória ainda na fase de grupos na Copa Libertadores deste ano, e outra eliminação na Copa Sul-amaricana de 2018. Isto sem falar na campanha trepidante no Campeonato Brasileiro do ano passado; quando sofreu para conquistar uma vaga na Pré-libertadores, objetivo concluído somente na última rodada.

Do outro lado da Lagoa, Wagner Pires de Sá, juntamente com sua diretoria, externa um pensamento diferente. Recordo que no começo de 2018, Itair Machado, vice-presidente de futebol do time estrelado disse em entrevista à Rádio Itatiaia que montaria um grupo forte para disputar o título em todas as competições, pois entendia que o clube precisava gerar receitas, e a melhor forma de fazer isto era tendo um elenco forte, que chegasse às cabeças, e com isso atraindo mídia e abocanhando premiações.

Com um time já bem montado e que joga junto há bastante tempo, a Raposa saiu ao mercado e trouxe boas contratações para esta temporada. Como os meias-atacantes Marquinhos Gabriel, Pedro Rocha, e o meia Rodriguinho.

Com Wagner Pires de Sá na frente celeste, o time até então já foi Bi-campeão Mineiro, campeão da Copa do Brasil de 2018, chegou as quartas de Finais da Copa Libertadores do ano passado e vem muito bem na edição desse ano. São campeonatos que estão valorizados, com as premiações milionárias, e que, se o clube não tiver elenco forte, não chega.

O jogo da última quarta-feira (17) colocou frente à frente estas duas filosofias administrativas. Não existe àquela que seja correta ou errada. Times fortíssimos com jogadores badaladíssimos já caíram. Haja vista Palmeiras e Flamengo nesta mesma edição. Os dois elencos mais caros do Brasil morreram abraçados.

Mas existe uma concordante: é preciso ter uma mescla entre equilíbrio fiscal e ousadia na hora de se montar equipes. Neste caso, em Minas, o Cruzeiro está à frente do Atlético, ao menos no quesito técnico e de retorno financeiro com premiações e mídia, o histórico recente dos últimos anos nos mostra isso.

 

Foto: UOL

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